8 de maio de 2011
























Há momentos em que temos de nos esforçar para nos focarmos apenas no que é essencial.
Deitarmos fora o que nos distrai e concentrarmo-nos no que é verdadeiramente importante.
Como se tivéssemos a capacidade de ver apenas uma cor de cada vez. Mas que a víssemos tão intensamente que quase nos cegasse.
 
5 de fevereiro de 2011






















Mesmo quando os dias parecem cinzentos, há que arriscar levantar os olhos ao Céu.
E depois, pedir um desejo, deixar-se subir na imprevisibilidade dos ventos e, com a alma cheia de esperança, esperar por dias melhores.
 
28 de dezembro de 2010






















Podia arranjar mil e uma desculpas para deixar este meu cantinho ao abandono.
Por um lado, o trabalho, que surge cada vez em quantidades maiores e que cada vez mais me absorve e me prende.
O cansaço, decorrente do que disse mesmo acima, que faz com que, na maioria dos dias, não consiga escrever pela noite dentro, como hoje, como gosto.
Por outro lado, a ausência das pessoas destes Universos Paralelos aos meus, com quem partilhava sentires e que, tal como eu, foram deixando estas terras por cultivar.
Enfim, tanto que, sendo verdade, eu poderia dizer…
Mas, agora que me demoro mais um pouco a pensar nisso, percebo que apenas não consigo escrever porque tenho o coração apertado.
E algumas palavras preferem não ser escritas, apesar dos dedos que tentam percorrer o teclado…


A diferença entre os primeiros dias e os últimos é que dos primeiros temos sempre a certeza que aconteceram (e quando) mas nunca adivinhamos quando os últimos dias chegarão.
Talvez hoje seja o último dia que escreva aqui. Ou talvez volte, em menos de nada…
Neste momento, dado a balanços, desejo apenas que 2011 seja um bom ano.
Que seja melhor. Que seja cheio. Que seja cheio de tempo. Que traga dias bonitos e pessoas bonitas para partilharmos o tempo com elas.
 
30 de novembro de 2010





















Um dia ganho coragem e falo-te na falta que me fazes...
 
24 de novembro de 2010




Não me incomodam os intelectuais.
Incomodam-me, bastante, aqueles que, não o sendo, tentam parecê-lo e, desse modo, se entendem como superiores a todos os outros, aqueles a quem consideram comuns mortais.
 
12 de novembro de 2010




- Ó professora, o que quer dizer couro?
- Ó pá, não sabes nada... Então, couro é quando muitas pessoas se juntam a cantar!!!

NOTA: Não foi a professora que deu a resposta...
 
18 de outubro de 2010




























No silêncio das manhãs de Domingo esta minha cidade é ainda mais bonita.
Especialmente neste Outono salpicado de Sol mas em que o ar frio arrefece a pontinha do nariz e já faz apetecer um cachecol. Como gosto tanto de cachecóis!
Os pés, que hoje se movem mais devagar, conhecem de cor cada trilho, cada bocado do caminho, percorrido tantas vezes em tantos dias.
E, de repente, é como se me desprendesse do Mundo e os meus sentidos ficassem mais alerta.
A cada esquina um novo aroma, um barulho que interrompe o silêncio onde se perdem os meus pensamentos. De algumas casas desprende-se um cheirinho a almoço que tento adivinhar. E ouvem-se uns passaritos que vieram passar o dia à varanda.
E vejo cores e pormenores que nunca tinha visto. Como se a cidade, aos Domingos, se vestisse de gala.
 
7 de outubro de 2010




Tenho em mim uma vontade imensa de escrever.
Talvez sobre os meus miúdos, que tanto me preocupam.
Talvez sobre os travões do meu carro que insistem em preocupar-me também...
Talvez sobre o grupo de javalis que hoje, no regresso da escola, já tardio, se atravessou na frente do meu carro. Nunca tinha visto javalis!
Talvez hoje pudesse escrever sobre estórias de quando era pequena (não que agora seja muito grande…) que me têm vindo parar à memória.
Talvez sobre o Outono que finalmente chegou e me deixa mais feliz. Como gosto da chuva miudinha que me cai na pele!
Ou então, talvez sobre o meu aniversário que, pela primeira vez desde que ando por aqui, deixei passar em branco…
Talvez sobre os amigos. Sobre os Amigos, sem dúvida.
Ou talvez escreva só amanhã. Ou depois…
Quando o temporal da minha cabeça passar.
 
22 de setembro de 2010




Tenho um blog.
Tenho uma Direcção de Turma.
Temo que estas duas coisas sejam incompatíveis...
 
18 de setembro de 2010




(ou o problema com a matemática das calorias...)

O jantar - meia taça de sopa de feijão verde e um pãozinho de sementes – já ficou longe, no bar da escola.
É que a noite já vai avançada e meu estômago (em associação com o meu cérebro) começa a exigir comida.
No armário cá de casa, que ainda não recuperou o conteúdo - em quantidade e variedade - depois do regresso de férias, encontro uns pacotezitos de bolachas.


- Não era bem o que pretendia, mas serve – pensei.
Durante o lanchinho, foi crescendo o desapontamento… apenas 3 pequenas bolachas… Lembrei-me que, há poucos dias, a publicidade afirmava que agora as referidas bolachas seriam ainda melhores porque agora teriam menos calorias.
Pois claro! Se cada saqueta traz menos bolachas e se cada bolacha tem metade do tamanho… é um bocado óbvio.



Vou procurar qualquer coisa de chocolate. Pode ser que me faça feliz!
Até breve!





PS: Também não percebo por que motivo a publicidade do Trifene afirma que "agora" os comprimidos não têm açúcar. E antes, haveria quem os ingerisse como se fossem rebuçados??? Ele há coisas...
 
2 de setembro de 2010




Não gosto que me acordem.
Não gosto que me acordem, especialmente se for apenas uma meia hora antes da hora a que é suposto levantar-me, porque já não dá para adormecer outra vez...

E não gosto de acordar com barulhos estridentes como telefones ou campainhas.
Mas o que eu não gosto mesmo mesmo nada é que toquem à minha campainha, me acordem cerca de meia hora antes do meu despertador e a encomenda que o carteiro trazia nem sequer ser para mim…
Resumindo: hoje estou de neura.
 
22 de agosto de 2010




Entro na igreja. Quase vazia. Ou simplesmente mais vazia do que me lembro de outros tempos...
Lentamente, percorro as caras na penumbra com um esforço do olhar.
A maioria, desconhecidas. Algumas estranhamente familiares, mas já lhes esqueci os nomes.
Percorro, em vão, a minha memória. Apenas recordações que, de tão ténues, não sei se são reais.
Sou estrangeira. Mais estrangeira do que os americanos que, vim a descobrir depois, também se encontram aqui.
Sinto o vazio de quem já não pertence aqui, onde sei que deveria ter as minhas raízes.
E é como se o meu passado não tivesse existido.

E então, como as plantas (e as pessoas) sem raízes, deixo-me ir com o vento.
Não sou daqui. Sigo onde ele me levar.
 
19 de agosto de 2010




Já sinto as férias a escorregarem debaixo dos meus pés...

 
31 de julho de 2010




Amanhã será, mais uma vez, tempo de partir.
À minha volta, um enorme corrupio de sacos, malas, malinhas, caixas e outros objectos semelhantes que me asfixiam o olhar.

Através da janela (que ainda não fechei) vejo as casas dos vizinhos e ouço a minha cidade.
De um lado os carros, poucos a esta hora. Do outro, os grilos e os cães da vizinhança, que até há pouco mantiveram um aceso diálogo.
Gosto deste silêncio que me invade e que me afasta do presente.

Das malas e dos sacos. E da pressa e do nervoso da viagem.

Não me lembro de alguma vez ter um ano tão cheio.
Definitivamente que há muito não tinha um ano tão agradavelmente cheio.

Será verdade ou apenas memória curta de tão cansada que estou?
Desta vez, a primeira em alguns anos, penso que, em breve, voltarei a este mesmo chão.
E, à noite, voltarei a ouvir os cães e os grilos e os gatos vadios do costume (que hoje se ausentaram e andarão, talvez, por outras paragens...).
E talvez, quando chegar Setembro, as obras da Creche estejam prontas e, durante o dia, ouvirei as crianças.


Desta vez, deixo os livros nas estantes e dos CDs levo só uma meia dúzia que acho que me fará falta. À alma. Talvez para quando me lembrar de ti
 
29 de junho de 2010




Dizia, hoje de manhã, um senhor, durante a sessão de fisioterapia:
"Ai menina, quando Portugal jogou contra a Coreia, enervei-me tanto que ia tendo um ataque esquerdino".

Acho que um destes ataques teria dado jeito ao miúdo da minha escola que partiu a mão
direita dois dias antes do Exame Nacional de Língua Portuguesa...


Boa semana!
 
23 de junho de 2010




Apesar de já passar da uma e meia da manhã, a minha adorada vizinha de cima está, mais uma vez, a ralhar com os cães.
Um dia destes, ainda perco a paciência e vou lá acima dizer-lhe:

Ponto um: Não gosto de ouvi-la a ralhar com os cães;

Ponto dois: Não gosto de ouvi-la a ralhar com os cães dizendo asneiras – é que os cães desconhecem o significado das palavras mas estas irritam os ouvidos mais delicados da malta séria aqui do prédio como eu;


Ponto três: Também não gosto de ouvir em volume elevado as conversas que ela tem ao telefone (até porque só ouço um dos lados da conversa, o que me dificulta a coscuvilhice…) e em que, à semelhança dos diálogos com os cães, utiliza um número de asneiras absolutamente abismal;


Ponto quatro: Não gosto de a ouvir a subir e a descer as escadas repetidamente e com tal intensidade que tenho a sensação que é mais um sismo a abalar o país e as respectivas réplicas(um dia destes ainda vou a correr esconder-me num local mais seguro…);

Ponto cinco: Todas as anteriores são agravadas pelo facto de acontecerem predominantemente num horário em que, tal como hoje, a estimada vizinha já devia estar em recolhimento.
 
16 de junho de 2010




























Estavas comigo no dia em que decidi começar mais um projecto. Este.
Trazia em mim a energia de quem tem muito para dizer. Lembras-te?
Dizias-me ontem que, ao longo deste quatro anos em que foste lendo o que escrevo, nestas horas de silêncio, sentiste aqui cada momento meu.
Respondi-te que teria de ser assim.
Que o tempo me foi moldando. E mudando. E construindo (e reconstruindo…).
Afinal, este meu canto não é mais do que o reflexo de mim nas palavras e nas imagens.
Bocadinhos dos meus dias que vou plantando, por aqui e por ali, para poder partilhar com o Mundo. Entendes? Eu sei que sim!
Relembraste-me que agora escrevo menos…
Expliquei-te que me falta o tempo e o cansaço me dificulta o pensar.
Os textos que às vezes saem em soluços.
A cabeça que se perde por outros lugares…

Mas hoje não posso deixar de passar por aqui.
É que hoje é dia de celebrar!
E, lutando contra o cansaço do corpo, não posso deixar de celebrar mais um ano deste meu sítio.
Quatro anos. Quatro!!!
Cheios de tantas alegrias e tristezas, tantas conversas e partilhas, tantas viagens (algumas sem sair do lugar), tantas estórias escritas, tantas outras que não se podem contar…
Relembro os que me acompanharam no início e agora se afastaram destas lides.
E os outros que foram aparecendo e partilhando sentires.
E penso como é bom sentir a presença dos amigos por aqui! =)

Agora, os olhos teimam em fechar-se…
Amanhã o dia irá cobrar-me esta teimosia das palavras que insistem em ser escritas.
Não me irei arrepender.
Afinal esta é uma boa causa!

Até breve!
Boa semana!
 
13 de junho de 2010




Agora, que baralhaste a minha bússola,
ajuda-me a encontrar a minha Estrela Polar...
 
6 de junho de 2010




Neste domingo que está quase a chegar ao fim, venho aqui, entre duas respirações, deixar esta sugestão (muito) doce de um bolo sueco (feito à portuguesa).


Uma boa semana!












Kladdkaka

Ingredientes:
- 5 dL de açúcar (mas eu pus só 3,5 dL que estes suecos abusam nas calorias!)

- 3 dL de farinha de trigo (ok, se agora estão a reparar de ter isto em dL, a culpa é dos referidos suecos que não têm a receita em gramas)
- 1 dL de cacau
- 50 g de chocolate escuro (eu não tinha escuro e usei normal)
- 175 g de manteiga
- 4 ovos
- 2 colheres de chá de açúcar de baunilha (não tinha e não notei a diferença em relação à receita original...)
- 2 pitadas de sal

Procedimento
1 – Pré-aquecer o forno a 175 ºC (pena que o meu forno ainda é antigo e não tem termostato...);
2 – Derreter a manteiga em banho-maria e deixar a arrefecer um pouco;
3 – Misturar bem os ovos e o açúcar;
4 – Adicionar a farinha, o açúcar de baunilha, o chocolate, a farinha e o cacau e bater bem;
5 – Untar a forma com manteiga e polvilhar com pão ralado;
6 – Colocar a massa na forma e levar ao forno durante cerca de 35 minutos, de modo a que o bolo fique crocante por fora mas “em mousse” por dentro;
7 – Retirar o bolo no forno e colocar de imediato, ainda na forma, no frigorífico.




O resultado será mais ou menos este:











São servidos? ;-)
 
2 de junho de 2010




Penso em tantas palavras que ficam por dizer em qualquer conversa.

São essas, geralmente, as mais importantes.
 
31 de maio de 2010





... pode precisar de um escadote.




















(Para ampliar, clicar na imagem)

Não rima, mas é verdade!
É que os senhores da Câmara devem ter-se esquecido do pormenor de que, ao baixar o nível da rua que dá acesso ao Mosteiro, fica dificultado o acesso a alguns dos edifícios.
Infelizmente, este não é o único esquecimento dos referidos senhores...
 
23 de maio de 2010




















"Ser simples é muito complicado."
 
19 de maio de 2010




Venho aqui publicamente agradecer aos senhores do BES do Chiado pela mensagem simpática que deixaram no voicemail do meu telemóvel mas:

1 - Eu não sou o Sr. António Ferreira;

2 - O meu aniversário é so em Setembro;

3 - Eu ainda não sou cliente do BES (mas depois disto estou a reconsiderar!).

Confesso que nem sei onde fica o BES do Chiado mas talvez procure e passe por lá um dia para agradecer pessoalmente. Afinal de contas, se o Natal é quando o homem quiser, o aniversário também deveria ser assim.
E já agora, se os senhores do BES lerem esta mensagem e quiserem contribuir com qualquer coisita para um presente, sintam-se à vontade!
É que estou mesmo a precisar de um carro novo...
 
17 de maio de 2010




Hoje, enquanto passeava com uma amiga pelo centro comercial, senti alguém aproximar-se.
- Professora? Ainda se lembra de mim?
Eu sorri!
- João! Claro! Há quanto tempo!!!

E foi assim o início.
A conversa não se alongou mas aumentou o meu sorriso!
Trocámos mails, ficámos de falar mais depois.
E, de repente, vieram à minha cabeça memórias em cascata.
Aquele ano, que foi talvez o melhor da minha vida…
Aquela escola, que ocupa um lugar tão “cá dentro”…
As saudades de tantas pessoas que se cruzaram comigo por ali…

Penso na turma do João.
Uma daquelas turmas especiais que temos a sorte de conhecer e que nos marcam para a vida.
Enquanto escrevo, recordo alguns episódios engraçados com os miúdos que me fizeram sorrir outra vez! Lembro outros, mais tristes, mas que nos aproximaram ainda mais...
Ainda me lembro onde costumavam sentar-se.
Não eram alunos brilhantes mas tinham um grande coração.
Eu estava ainda a começar, tinha muito para aprender. Eles também. E crescemos em conjunto. E gostámos de o fazer.
Quando eu comprei o meu primeiro (e actual) carro, eles costumavam esperar-me à entrada para “me ajudarem a estacionar”. E eu agradecia. Mesmo que não fosse preciso.
Na altura, eu dividia-me entre a escola e um início de mestrado bastante complicado. Faltava-me o tempo… Eles compreenderam. Juntos encontrámos estratégias.

Eles gostavam de dizer que tinham uma professora cientista. Eu gostava de sentir que eles tinham orgulho nisso!
De alguns deles, nunca mais tive notícias. Que será feito destes meus miúdos?
Hoje, à distância destes anos que entretanto passaram, lembro cada um deles.
Hoje, estas palavras, são para os meus meninos do 9º B. Com muito carinho.
 
26 de abril de 2010




Hoje, parti trazendo em mim a mágoa de quem não sabe se voltará.
Ou se, quando voltar, encontrará o que deixou…
Hoje, em silêncio, lamentei as palavras que não disse e os beijos que não dei.

Lamentei os medos e as ausências.
Hoje, em silêncio, desejei ficar mais um pouco.
Porque a vida é frágil e escorrega-nos das mãos.
E o tempo foge-nos a cada respiração.
E o amanhã é tão incerto como um jogo de dados.

Hoje, em silêncio, parti.
 
19 de abril de 2010




Há perguntas que são apenas perguntas.
E há perguntas que, parecendo simples, trazem uma teia de perguntas enlaçadas.

Que escondem dentro, como matrioskas, uma e outra e outra pergunta...
E questionam até o que deveria permanecer inquestionável. Cada vez mais dentro.
E cada resposta a que chegamos levanta mais perguntas. Reacção em cadeia. Incontrolável.
E as perguntas que pareciam simples vão pedindo respostas que não podemos dar. Que não queremos dar. Nem a nós. Sobretudo a nós.
 
9 de abril de 2010





















Desta vez, a primeira em que parei para ver a cidade do lado de cá do rio, relembro as vezes, quase todas, em que cheguei ao Porto de comboio.
À minha frente, o rio e as casas, cheias de cor, que povoam as encostas.
Os barcos que da janela do comboio me pareciam tão pequenos adquirem hoje outras proporções. Ao olhar para cima apercebo-me realmente da altura daquela ponte que me fazia vertigens. Nunca gostei muito de pontes...
E de repente, na minha cabeça, desfilam memórias de outros tempos.
Pessoas e lugares que fazem parte da minha história. Retalhos q
ue o tempo me tinha feito esquecer, sem querer, e que voltei a encontar.
E foi assim que, ao contemplar a cidade, achei aqui bocadinhos de mim que ainda nem sabia que tinha perdido.
 
6 de abril de 2010



























Este foi um dia como outro qualquer.
Amanheceu bonito, cheio de Sol. Talvez um pouco quente de mais… Mas, todavia, bonito.
Para mim, estranhamente, amanheceu cedo… E estranhamente soube-me bem!
Pude levantar-me devagarinho, saboreando cada minuto - que normalmente não tenho.
Pude observar, calmamente, o céu azul, e contemplar os gatos que se espreguiçavam, felizes, pelos terraços.
E a manhã avançou, o Sol subiu no céu, e o dia entardeceu como tantos outros.
Foi uma tarde de viagens.
Mas com tempo para reparar em pormenores que, tantas vezes, me fogem com a pressa do olhar.
E pude fazer mais umas quantas tarefas, adiadas tantas vezes…
Pelo meio, passaram-me pela alma pensamentos, devaneios, canções e poemas. Até mesmo alguns que nunca foram escritos.
E o dia anoiteceu, como outro qualquer.
E no silêncio da noite, vi as palavras abandonadas por este meu canto, um pouco vazio de mim, que me trouxeram uma pontinha de tristeza…
E hoje, ao contrário de tantas outras noites, consegui conjugar o tempo e a vontade, e deixei-me perder por aqui.
E saboreei as palavras. E brinquei com elas.
E, antes de partir - como noutra noite qualquer - larguei-as ao vento para se espalharem por aí e pousarem no coração de quem vier por bem.
 
16 de março de 2010




























Às vezes fico assim.
Suspensa.
Algures entre o conforto de ficar e a vontade de partir…
E é como se faltasse o chão e o ar ao mesmo tempo.
E os meus passos já não soubessem os segredos dos caminhos.
E as asas ainda não estivessem preparadas para voar e sentir o vento na cara.