Se puderes
Sem angústia
E sem pressa.
E os passos que deres,
Nesse caminho duro
Do futuro
Dá-os em liberdade.
Enquanto não alcances
Não descanses.
De nenhum fruto queiras só metade.
E, nunca saciado,
Vai colhendo ilusões sucessivas no pomar.
Sempre a sonhar e vendo
O logro da aventura.
És homem, não te esqueças!
Só é tua a loucura
Onde, com lucidez, te reconheças…"
Entro na igreja. Quase vazia. Ou simplesmente mais vazia do que me lembro de outros tempos... Lentamente, percorro as caras na penumbra com um esforço do olhar. A maioria, desconhecidas. Algumas estranhamente familiares, mas já lhes esqueci os nomes. Percorro, em vão, a minha memória. Apenas recordações que, de tão ténues, não sei se são reais. Sou estrangeira. Mais estrangeira do que os americanos que, vim a descobrir depois, também se encontram aqui. Sinto o vazio de quem já não pertence aqui, onde sei que deveria ter as minhas raízes. E é como se o meu passado não tivesse existido. E então, como as plantas (e as pessoas) sem raízes, deixo-me ir com o vento. Não sou daqui. Sigo onde ele me levar.
Meia dúzia de palavras, já escrita fora de horas, pelas 03:18