7 de julho de 2009




Todos os sábados, desde Setembro, para ir ao meu cursinho de LGP, tenho de me deslocar ao número 157 da Avenida da Liberdade.
Todos, que é como quem diz, exceptuando esses agradáveis feriados ao sábado como o 25 de Abril e o dia de Sto António!

(NOTA: Para quem acha que um feriado ao sábado não tem valor, inscreva-se num curso que dura todos os sábados de Setembro até ao final de Julho!)
Bem, mas adiante, que não é esta a questão.
Como de transportes públicos demoro o triplo do tempo, costumo deslocar-me, para lá, no meu veículo, também conhecido como Cliozito Voador ou Carro Avião!
Para quem possa não saber, a Avenida da Liberdade é aquela grande que os professores descem (ou sobem) em dias de manifestação. Por ser grande e central, o estacionamento é raro e paga-se a preço de ouro, sendo, mesmo assim, mais barato que nos parques existentes nas redondezas.
Mas pronto, também não é aqui que quero chegar.
Ao longo da Avenida, podemos encontrar diversos senhores da EMEL, que não hesitam em deixar um envelope (com palavras carinhosas, palpita-me!)a quem não tenha o parquímetro pago até ao segundo em que eles lá passam ou cujas rodas pisem 1 milímetro do passeio que, ainda por cima, tem um lancil bastante baixo. Podemos encontrar ainda alguns polícias que me parecem vaguear pela avenida sem direcção definida mas que, pelo menos, dão a sensação de segurança que se pretende para uma zona frequentada como aquela.
Mas, mais uma vez, não é isso que me incomoda.
Qual é, pois então, o problema?
É que, sensivelmente desde o início de Junho, podemos encontrar também, ao longo da Avenida, diversos "arrumadores de carros". Ou melhor, chamemos-lhe antes "senhores que pedem dinheiro a quem deseje estacionar", uma vez que, na minha modesta opinião, para ser "arrumador de carros" é suposto arrumá-los, certo?
Assim, para além dos 3 euros que pago por ter o carro estacionado, ainda tenho de dar uma moedita ao senhor que me apanhar primeiro.
E eu até acato a ideia de pagar o estacionamento – afinal, mesmo que me custe, estou a pagar um serviço. Mas ainda não percebi qual o serviço que o tal “arrumador” me presta para me vir pedir uma moeda.
Afinal de contas, quem encontra o lugar sou eu, quem estaciona o carro sou eu e quem toma conta dele sou eu!!!
Ainda no outro sábado, estava eu a tentar estacionar sem pisar o referido lancil bastante baixo e, enquanto fazia as manobras, vem uma dessas criaturas a correr a grande velocidade, aproveitando a minha demora e, em vez de me ajudar a estacionar, optou por me segurar a porta do carro com ar de cavalheiro enquanto eu saía para ver se a roda de trás ainda pisava o tal milímetro de passeio.
E, note-se, uma mão segurava a porta do carro e a outra mãozinha estava estendida!!!
Pois que lhe dei 50 cêntimos, não fosse ele ficar chateado e ocorrerem-lhe maus pensamentos, coisa que achei melhor evitar.

Sugeri-lhe que fosse ao cafezinho, mesmo acima, beber um café. Mas só um que isto da tensão alta é uma coisa complicada…
E assim, pelo menos, durante o tempo do cafezito, poderiam estar alguns condutores descansados!
Pensei ainda sugerir-lhe, tal a velocidade com que se deslocou até mim, que tentasse uma carreira no atletismo mas achei mellhor terminar a conversa assim.


Mas há ainda uma outra coisa que me escapa nesta história: será que os arrumadores de carros são como os amigos imaginários?
É que me parece que nem a polícia nem os senhores da EMEL os vêem…
E, tendo em conta, a quantidade de envelopezinhos brancos espalhados pela rua, não será, por certo, devido a falta de vista.
 
Meia dúzia de palavras, já escrita fora de horas, pelas 02:00
9 Comentários:


At terça jul. 07, 07:59:00 da manhã, Blogger Carlos Pires

Bom post!

O que os "arrumadores" fazem é chantagem:
ou dás a moeda ou risco-te o carro.

Os polícias e os funcionários da instituição responsável pelo estacionamento, fingem que não vêem pois têm instruções superiores para fazer vista grossa. A ideia é que é melhor fazer aquilo que fazer assaltos. O que, embora seja mau para a nossa carteira, é bom para as estatística da criminalidade.

Que me lembre o único político que não se resignou a essa chantagem (uma espécie de assalto indirecto) e assumiu que se trata de um problema de segurança foi o Rui Rio. Há anos tentou combater o fenómeno no Porto - mas não sei se com sucesso nem se ele mantém essa política.

 

At quarta jul. 08, 11:54:00 da manhã, Blogger Sininho

É um chantagem, como o Carlos Pires diz mas silenciosa porque eles não dizem textualmente 'ou me dás moeda ou risco-te o carro'.
Há algum tempo aconteceu-me uma coisa no minimo curiosa, fui estacionar o carro num parque que estava totalmente vazio. Ao fechar o carro e virar costas ao mesmo ouço alguém a falar alto, nisto viro-me e demorei a perceber o que estava a acontecer: um senhor de uma faixa etária já considerável reclamava comigo porque..., imaginem, eu não lhe dei a dita moedinha, mas 'ah e tal, se eu fosse um drogadeco já me dava moeda, agora eu que até tenho licença da Camara para estar aqui a arrumar carros não me dá nada...' É evidente que lhe dei a moedinha, mas pensei que raio... o parque estava deserto e de onde saiu o senhor?

Mas se ha alturas em que estes especimes não fazem falta alguma, existem outras em que são preciosos. Houve uma altura que queriamos estacionar 2 carros numa praia da nossa costa em pleno verão e quando já estavamos a desistir um arrumador arranjou-nos 2 lugarzinhos ao lado um do outro num sítio que´parece só ele conhecer :) Agradecemos-lhe tanto e foram bem gastas as moedinhas.
beijo

 

At quinta jul. 09, 05:20:00 da tarde, Blogger dyphia

Passo exactamente pelo mesmo problema da Praça da Republica no Porto... mas com uma particular diferença; primeiro, pede-me a moeda, depois pergunta-me por quanto tempo vai ficar o carro, em seguida vai ele retirar o talão do parquímetro e ainda me diz no final: "vá descansada menina, se o tempo do talão acabar sem a menina chegar eu meto outro..." esse dia ainda não chegou porque tenho cumprido os horários. Mas fico sempre na tentação de ver se ele o vai fazer... ok que o estacionamento que deveria ficar só por um euro acaba por ficar por dois... mas a verdade é que aquele "senhor arrumador" presta um verdadeiro serviço público. :D

Falta-me falar do "meu arrumador de estimação", o da porta da faculdade. Ainda hoje me trata por paixão. Mais um verdadeiro profissional, colocava os contentores do lixo sempre a ocupar um lugar de estacionamento e retirava-os para eu estacionar quando chegava para as aulas...
Conhecido por todos como o ERVILHA, uma figura engraçada, ainda lhe cheguei a dar boleia para o outro lado da cidade, toda a gente me achou doida por correr aquele risco... e pensando bem, se calhar corri algum risco... mas chovia tanto no momento que me pareceu tão errado recusar um pedido de alguém que nunca me tinha faltado ao respeito... e como sigo sempre na minha vida o lema cristão de ajudar o próximo, não podia mesmo dizer-lhe que não. enfim... como costumo dizer: eu não lhe dei boleia sozinha, dei-lha com Deus ;)

 

At sábado jul. 11, 08:06:00 da tarde, Blogger Marina

Hoje safei-me! =)

eheheheheheheheheheheheheh

 

At segunda jul. 13, 10:55:00 da tarde, Blogger Angélica

Olarecas!!
Isto dos arrumadores é uma coisa engraçada... e então em locais com o dito parquímetro, ainda mais!!
Partilho contigo uma históriazita, também com um senhor sem-abrigo arrumador de carros, que possui residência e trabalho junto à Faculdade de Ciências da Universidade do Porto - Campo Alegre!!
Esse sim, éum arrumador zeloso!!
Não, Marina... não segura nas portas quando saímos, mas para além de referir que não vale a pena pôr a moeda no parquímetro, pois a polícia não anda por lá, aconselha-nos a não deixar casacos, malas e objectos afins à vista!!!
Diz lá que não presta melhor serviço do que esse arrumador que apanhaste???

Beijinhos!!! :)

 

At segunda jul. 13, 10:59:00 da tarde, Blogger Angélica

Bem... depois de ler o comentário da dyphia não sei se ele morará por ali, ou se será sem-abrigo!
Mas que achei catita a forma como ele disse que era fim de tarde e que já não valia a pena pagar (na semana seguinte foi o polícia que nos disse isso, por isso o sr Ervilha (não sabia o nome) tinha razão), ainda teve uma postura de segurança... e engraçado... vi várias vezes os caixotes do lixo em locais diferentes... estou a ver que o Sr é um bacano!!!

ehehe!!! :)

 

At segunda jul. 13, 11:07:00 da tarde, Anonymous bell

Excelente texto!

 

At terça jul. 14, 02:32:00 da manhã, Blogger Marina

Miuda Angelical, voltaste!!!
Mas por que sera que eu nunca encontrei senhores arrumadores como deve ser???
Tenho de ir trabalhar para o Porto! ;-)

Bell, como diria a IM, andas tao pouco palavrosa! lol

Beijinhos as 2

 

At sexta jun. 10, 09:13:00 da manhã, Anonymous Anónimo

junto ao parque de estacionamento nas trazeiras da loja do cidadao em lisboa das larangeiras estao plantados e no cravanço em numero chegam a ser 6 romenos que incomodam todos que estacionam por ali, sao de um descaramento e chegam a ameaçar com represalias quem nada der para os sustentar, já que estao ilegais no pais e até fazem gala em dizer que aquilo é deles e correm com outros que por ali aparecem tentando cobrar pelo estacionamento,será que nao há mão nisto? já estou farto