4 de novembro de 2008




Não costumo falar de escola aqui neste meu canto.
Não que não tenha mil e uma histórias para contar mas, simplesmente, porque não gosto, neste espaço, de expor aqueles que comigo partilham os dias.
Desta vez há algumas coisas que não aguento calar…
Há cerca de semana e meia que mudei de Escola.
Aliás, chamar “Escola” ao edifício onde agora trabalho, é uma figura de estilo.
Um eufemismo, uma hipérbole, qualquer coisa que não sei muito bem.
Que aquela casa não é parecida com nenhuma das Escolas que conheci até agora…

Hoje perguntei na sala dos professores se alguém saberia onde encontrar um furador.
Os colegas riram-se de mim como se eu tivesse perguntado por uma frigideira ou pelo gel de banho.
CLARO que lá não há furadores. Nem agrafadores. Nem fotocopiadoras. Nem impressoras que funcionem. Nem retroprojectores disponíveis. Nem portáteis. Nem sequer computadores fixos, onde seja possível trabalhar num documento em Word ou Excel. E claro que não há salas de informática. Ou salas de estudo. Mas estas também não são precisas porque ninguém estuda por ali…
E tudo é normal. Pelo menos querem fazer-me acreditar que sim.
Diz-me um amigo, com quem desabafo, que parece um livro de Kafka.
Imagino constantemente que vão dizer-me entretanto que, afinal, isto tem sido uma brincadeira, que é tudo para os apanhados. Aguardo ansiosamente por esse momento.
Até lá, pela primeira vez, sinto-me como uma condenada a cumprir pena…
 
Meia dúzia de palavras, já escrita fora de horas, pelas 02:42
13 Comentários:


At terça nov. 04, 03:23:00 da tarde, Blogger Ritinh@

Vai acabar tudo bem, Marina!

Forca e Coragem!

Um grande beijinho*

 

At terça nov. 04, 07:53:00 da tarde, Blogger Andreia

Beijinhos mt grandes e um xi-coração ainda maior!!

 

At quarta nov. 05, 09:16:00 da manhã, Anonymous Anónimo

Espero que o ano passe depressa.
Força e quando quiseres descansar podes sempre passar cá por casa que faço um pratinho especial para ti.
Beijos.

 

At quarta nov. 05, 11:47:00 da tarde, Blogger Bertoldo Disprósio

Há, pelo menos, dois aspectos positivos: um e o outro. But seriously, por um lado, a pena não é perpétua, pelo que dentro de uns meses estás cá fora e, por outro, o próximo ano terá de ser melhor. Por isso, em vez de desanimares com este anima-te pelo próximo.

p.s. O código de verificação que me calhou é interessante: "nosings".

 

At quinta nov. 06, 02:18:00 da manhã, Blogger Marina

Ana Rita, a unica coisa boa e que vai acabar! Um dia, pelo menos...

Andreiinha, espero que a tua nova escolinha seja mais simpatica do que a minha...

Sónia, pra quando é que marco o voo? ;-)
Desta vez nao vou na SAS, bolas...

E nao achas muito ter de cumprir nove meses de pena sem ter feito nada de errado, papagaio taralhouco?
Ja me basta a hitoria do papelinho dos amigos de Fatima...

Ate breve.
Vou lutando pela sobrevivencia...

 

At sábado nov. 08, 08:10:00 da tarde, Blogger Ritinh@

E verdade Marina...
Censura no meu bloguinho =D

so para poder ir "controlando", e ir respondendo...

Beijinho

 

At segunda nov. 10, 08:21:00 da tarde, Blogger IM

Marina, pensa no carácter transitório de tudo isso...repara, se calhar, ao contrário do que vai ser para ti, para muitos outros essa condenação é quase perpétua...Tudo passa...
Força. beijinhos.

 

At quinta nov. 13, 12:55:00 da manhã, Anonymous Anónimo

Um abraço.

Isto, também, vai passar.

 

At quinta nov. 13, 02:21:00 da manhã, Blogger Marina

Ritinha, la no teu cantinho tu é que és a chefe! loooooool

IM,Bell, o transitório só passa daqui a uns 9 meses... é um transitório muito grande, nao acham?
É sobreviver. A cada dia.

Ontem precisei de um livro.
Fui até a biblioteca da escola.
Tem milhares e milhares de livros, alguns dos quais suponho muito valiosos.
Amontoados em mesas e no chao.
Alguns dobrados e mal tratados.
Pedi um catálogo. Uma base de dados.
Disseram me que nao havia qualquer registo dos livros.
Surpreendi-me e perguntei porquê...
Responderam me que era uma tarefa difícil e por isso nao se fazia.
Nao entendo...
Devo ser mesmo lenta de raciocinio...
Afinal de que vale a escola ter milhares e milhares de livros se nao conseguimos encontrar o unico que nos fazia falta?
Ao acaso consegui encontrar um.
Mas estava numa estante fechado a chave. Perguntei pela chave...
... e apenas silêncio.
Se calhar era por estar na biblioteca!

Beijinhos a todas e ate breve

 

At sexta nov. 14, 10:17:00 da tarde, Anonymous Anónimo

Escola estranha a tua! Tens de vir à minha biblioteca! Se não tivermos o livro, vamos à procura;)

 

At domingo nov. 16, 08:12:00 da tarde, Blogger Marina

Bell, só não peço aqui pra eles te contratarem porque nao te desejo tanta desgraça...

 

At segunda dez. 08, 03:52:00 da tarde, Blogger barriguita

well come to the real world ;)
Eu já conheço esse "admiravel mundo novo" há quase uma década e digo-te desde já que não melhora!! mas nós aprendemos a lidar com o assunto e arranjamos as mais diversas soluções para amenizar a nossa pena (eu costumo chamar de fardo, acho que também se adequa bastante bem)... eu cá tenho uma bolsinha tipo Sport Billy, lá dentro só me faltam mesmo a forocopiadora e o retroprojector :P beijo

 

At segunda dez. 08, 11:33:00 da tarde, Blogger Marina

Eu ja ando nisto ha 6 anos.
Conheço 7 escolas, 5 optimas, uma assim-assim e esta... :-(

Ja tive turmas boas, menos boas, ja tive NEEs, ja trabalhei na provincia, na cidade, ja dei aulas ao 1º ciclo, ao 3º ciclo, ao secundario, a adultos, ...
Enfim! Ja passei por tudo um pouco, mas nunca tinha encontrado nada tao mau como isto...

Enfim, este ano o meu único objectivo é sobreviver, apenas isso.

Beijinhos e bom trabalho para ti!