
Passamos o tempo de olhos postos no céu.
A tentar deseperadamente subir para chegar à altura das nuvens.
Esquecendo-nos que, de cima, se vê, somente, o lado de fora.
Por muito esforço que façamos, apenas e sempre o lado de fora...
Por muito esforço que façamos, apenas e sempre o lado de fora...
O lado de fora das coisas, o lado de fora dos outros, tantas vezes (sempre?) apenas o lado de fora de nós.
E continuamos sem perceber...
É que para compreender, mais importante que saber voar, é preciso aprender como descer ao interior.
Ter coragem para ver o lado de dentro, quase sempre mais perigoso e sombrio.
Percorrer e tactear as cavernas, onde encerrámos (há tempo de mais...) o que nos perturbava o sentir.
Virarmo-nos do avesso e procurar entender as linhas e os nós que não se vêem do lado de fora. Esses, principalmente!
Os nós que tecemos e que nos tecem. Os nós que vamos dando e que nos fazem sermos nós.
É estranho...
Parece tão fácil de entender, mas insistimos em olhar para cima.