25 de julho de 2008




Já tenho 1/2 de 1/4 dentro de 1 carro que estou prestes a partilhar com uma orquídea e um cacto...

Acho que de tanto voar e com tanto espaço la dentro, o cliozito mais parece um avião! =)


Bom fim-de-semana!
 
23 de julho de 2008




(que já vem com umas horas de atraso...)

Íamos, sem saber para onde,
Perseguidos por miragens de cidades
Derrotadas construídas no milagre,
Hortelã pimenta aos nossos pés,
As aves acompanhando-nos o voo,
E no rio os peixes à procura da nascente;
O céu, a nós se abrindo.


(Arsenii Tarkovskii, 8 ícones, versão de Paulo da Costa Domingos, Poemário Assírio e Alvim para 2008)


Na minha condição de professora itinerante, comecei hoje a ordenar as coisas para levar embora.
Livros, sobretudo.
Coloquei-os em caixas quase mecanicamente.

Um, após outro, após outro.
Parei. Olhei-o e abri-o.


Acho que hoje precisava mesmo de um poema...
 
17 de julho de 2008




























Queria eu ser ar...
Hoje. Para sempre.
Desintegrar-me desde o mais profundo de mim...
Escapar a esta gravidade que ainda me prende. Até quando?
E desfazer o meu ar em nadas...



Hoje só queria não-ser.
Hoje. Para sempre.
Nada... Desfazer o pouco que ainda resta.
E tornar real esta inexistência de mim.
Não ser ar... Não ser nada.
 
7 de julho de 2008




(ou como se deperdiçam, à frente de todos, os dinheiros públicos na minha autarquia...)


Estava anunciada por aí. Acho que até na televisão. Seria a maior metamorfose de todos os tempos!


















É certo que o artista não tinha revelado pormenores, mas corria nas bocas do Mundo (pelo menos nas bocas dos arredores da minha parvónia...) que Luis de Matos iria fazer desaparecer o Mosteiro de Alcobaça!!!

A notícia foi-se espalhando e o povo, vindo de todos os cantos, afluiu à cidade em grande número. Eu não quis faltar, claro!
Depois de quase desesperarmos por um buraquinho onde colocar o veículo, deslocámo-nos a passos largos ate ao Mosteiro, onde se ouviam já sinais de que algo de grandioso estava prestes a passar-se.
A emoção pairava no ar. Comentava-se, entre os caminhantes apressados, se ainda se conseguiria chegar a tempo do grande momento. Entre esse grupo em debandada, nós, e todos os que, como nós, tiveram de deixar o carro na outra ponta da cidade, pois, portugueses típicos, apenas fomos para lá mesmo em cima da hora.
Alguns – dizia-se – tal era o medo de perderem o espectáculo, foram marcar presença bem cedo. Alguns diziam que até tinham deixado coisas por fazer. Falava-se dos que tinham ficado em casa, com pena de não ir. Entre os milhares de indivíduos em marcha, encontrava-se de tudo.
Afinal de contas, seria a grande metamorfose!


Estavam também presentes algumas excelências municipais – que eu não reconheci pelas faces mas pelo lugar privilegiado que ocupavam junto a porta.
Todos de olhos postos no Mosteiro.
Eu ainda comentei que seria uma bela magia se ele conseguisse fazer aparecer ali um jardinzito, mas pronto, se fizesse desaparecer o Mosteiro por um bocadinho – desde que depois o devolvesse – também não me parecia mal.
O grandioso espectáculo tinha hora marcada. Parece que já estaria marcada há um ano atrás – ouvi dizer. Às 22h13.
Com uma pontualidade invejável, o digníssimo visitante começou com um belo discurso onde preparava o referido número que se iria suceder.
E foi assim que, alguns minutos depois, o nosso amigo Luis de Matos estava preso pelos pés, com uma camisa-de-forças, com uma corda em chamas, e a uma altura que ouvir dizer que seria de 49 metros (e que me leva a questionar por que razão não se elevaria o senhor a 50 metros! Pelo menos sempre era um número mais redondo e a queda – caso se verificasse – não deveria ser muito diferente!).


























Mas adiante. Pois que, depois de cerca de 15 minutos de preparação, o senhor está lá em cima e em menos de 3 minutos se põe, são e salvo, cá em baixo. Não seriam ainda 22h45.
Foi nesse momento que começou a música!!! Sim, uma daquelas músicas épicas, a lembrar conquistas dos Descobrimentos ou medalhas de Jogos Olímpicos.
O artista correu as escadarias a pedir aplausos que, apesar da grande multidão, mal se ouviam, tal era o volume da música.

E depois??? Bem, depois nunca mais ninguém o viu…
- Seria só isto, perguntava o povo incrédulo?

- Quando é que ia mesmo começar o grande espectáculo de magia anunciado?
- Será que ainda vai haver fogo de artificio?

- Era isto a grande metamorfose?
- Será que isto e só uma manobra de diversão e é agora que vai desaparecer o Mosteiro?

- Não vai desaparecer nem uma torrezita?

A resposta foi chegando enquanto se desligaram os holofotes, mantendo-se a música altíssima, o que mereceu umas valentes assobiadelas da população em fúria.
Lentamente fomos dispersando...
A desilusão. Pior, dizia alguém a meu lado, só mesmo termos perdido o Euro.
Tínhamos todos caído que nem galinhas – que isto de serem sempre os patos a cair também não me parece nada bem.
Qual Cristiano Ronaldo, qual quê! Parece me que tendo em conta os lucros (cujos valores não conheço mas, ao que parece, vêm apresentados claramente no jornal cá do sítio e dos quais se dizia, por lá, que eram para cima de exorbitantes) conseguidos em cerca de 20 minutos – dos quais, três quartos foram para amarrar o senhor e elevar a grua – está decido: vou deixar o ensino e vou dedicar me à magia! Ou melhor, à ginástica! Que o espectáculo, de magia, não teve rigorosamente nada…


Temos de ver o lado positivo das coisas.
O espectáculo foi bom. Pelo menos para os donos dos cafés que nunca deviam ter visto tanta gente na cidade a um Domingo a noite. E, definitivamente, deve ter sido bom para o operador da grua.
Bem, e é certo que ainda se encontraram uns conhecidos e trocaram-se meia dúzia de palavras. E sempre deu para esticar as pernas depois de jantar...
E tenho de reconhecer que, apesar de não ser magia, o senhor fez uma coisa que pouca gente na assistência conseguiria. Temos de reconhecer-lhe o mérito.
E quanto ao tempo do espectáculo... não anda toda a gente a procurar fazer tudo melhor e mais depressa?
Agora que penso nisso, atrevo-me a dizer que o balanço foi, defitivamente, muito positivo! Diria mesmo, a repetir.

 
6 de julho de 2008




...da minha época balnear 2008!















E que belo começo! ;-)

A assinatura na foto é só para esclarecer que este não é um bocadinho de céu qualquer:é a autenticação de que se trata do céu da tarde de 05 de Julho na Foz do Arelho! Azulinho de fazer inveja!



Boa semana!