19 de fevereiro de 2010



























E, de repente, soam os tambores e começa a guerra.
Não é que não soubéssemos. Estava iminente.
Não é que não quiséssemos. Sabíamos que a mudança era necessária.
Simplesmente não estávamos preparados.
Nunca estamos...
Mas, de repente, soam os tambores e começa esta guerra. Dentro de nós.
Esta guerra que travamos connosco. E perdemos e ganhamos. E ganhamo-nos.
O fumo e o cheiro da pólvora intoxicam-nos mas alentam-nos.

O céu vermelho incita-nos à luta.
Surgirão feridas de combate.
Mas sobreviveremos. De certo, mais fortes.
As feridas hão-de sarar.
O tempo tudo cura. Até as feridas mais difíceis.
 
13 de fevereiro de 2010




E que comecem as festas! =)

 
9 de fevereiro de 2010




E, para ilustrar o post anterior, aqui estamos nós (já dei conta que nem todos...) na 3ª classe!



 
7 de fevereiro de 2010




Foi em Setembro de 1987 (o dia já não me lembro…), ainda com 5 anos, que entrei na Escola Primária de Alcobaça pela primeira vez.
Voltas da vida fizeram com que, apesar das indecisões e dúvidas dos meus pais, não ficasse na escolinha da aldeia e entrasse, no 1º ano, para a escola da cidade.
Não me lembro da roupa em pormenor mas sei que quis ir vestida de branco, tal como viria a fazer nos anos seguintes. Manias inexplicáveis que já tinha na altura!
À minha espera (e dos restantes), a professora, uma mulher já com alguma idade, alta e distinta, com uma pronúncia diferente que vim a descobrir ser da zona do Porto.
Mãe de 8 filhos, com muito mundo visto (lembro-me, em particular, de nos ter mostrado umas rochas dos Açores) e muita experiência em amar também os filhos dos outros.
Há mais de 20 anos, éramos alunos de uma turma que hoje se chamaria inclusiva (na altura, não sei se teria nome…).
Numa turma de vinte e tal alunos, tínhamos a Patrícia (Paty, para os amigos!) que andava em cadeira de rodas e a Carla e o Filipe que tinham uma qualquer deficiência mental que não sei designar. Na altura, isso não importava. Fazíamos Visitas de Estudo a Alcoitão quando a Patrícia era internada e, desde cedo, aprendemos a conviver com as diferenças. Para nós, meninos daquela turma, todos éramos realmente iguais.
Quando eu entrei para a escola já sabia ler bastante bem, pelo que terminava as tarefas com alguma rapidez, procurando, de seguida, distrair os colegas que pudesse. Foi então que a professora Helena passou a exigir-me que fizesse todas as composições em verso, o que me demorava o triplo do tempo e lhe evitava algumas confusões! E foi assim que comecei a brincar com as palavras e me encontrei com a poesia pela primeira vez!
Um dia ofereci-lhe um caderno com poemas. Talvez o melhor presente que poderia dar-lhe.
Agora, à distância dos meus 28 anos e à luz de alguma experiência que já tenho à frente dos alunos, apercebo-me ainda mais da sabedoria desta minha professora. Que geria com tanto carinho e a maior das habilidades esta minha turma especial.
Foi a ela que disse, pela primeira vez, que um dia queria ser professora. Ela sempre pensou que era uma ideia passageira. Tenho pena que ela nunca tenha aceitado esta minha decisão... Se bem que acho que já se apercebeu que ensinar é o que realmente gosto de fazer.
Hoje, neste Domingo dia 07, faz anos. Não sei bem se 80, se ainda 79.

Apesar da idade e das rugas, continua bonita, alta e distinta, como sempre foi.
Se tudo correr como planeado irei visitá-la mais logo e levar lhe uma flor amarela – a cor que mais gosta! Ainda me lembro de como a sala ficava enfeitada de amarelo, neste dia, com tantas flores que lhe levávamos!
Ainda há pouquinho falava com alguém sobre a importância dessas pessoas que nos marcam.
Pessoas que, temos a certeza, se não tivessem cruzado as nossas vidas, tudo teria sido diferente.
São para ela, hoje, estas minhas palavras, mesmo que nunca chegue a lê-las.
Para a professora Helena, um beijinho grande de Parabéns.
 
4 de fevereiro de 2010




- Ó professora, não foi o Galileu que descobriu que o Mundo já não era egocêntrico?

Seria bom, de facto!