28 de setembro de 2009




Dizem que é um número perfeito.
A minha costela de matemática não percebe bem o que significa...
A minha costela de poesia não me deixa acreditar!
À frente, vejo apenas caminho a percorrer.
Sei que terá pedras e defeitos que o tornarão, tantas vezes, mais difícil.
Sei que com a passagem dos dias vou aprender a conhecê-lo melhor. E vou tornar este caminho mais meu.
Hoje, com os meus 28 a 28, lanço o olhar ao horizonte.
Há apenas que esperar que alguns dias tragam Sol, alguns amigos tragam flores, e que, às vezes, o destino me leve por sítios bonitos! E que tudo isso me faça sorrir!
E que nas horas em que as lágrimas me turvem o olhar, alguém tenha palavras simpáticas para lançar ao vento.
O vento tratará do resto. De me acariciar as faces e sussurrar as palavras bonitas!


 
26 de setembro de 2009




As vezes, é preferível não fazermos as perguntas e deixar que, na nossa mente, ambas as respostas sejam possíveis.
É que, às vezes, é melhor viver na ilusão de um "sim" possível do que na certeza de um "não" desolador....

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*Consta que Schroedinger, físico austríaco, pensou um dia na seguinte hipótese:

E se puséssemos um gato dentro de uma caixa fechada com um átomo radioactivo que, a qualquer momento, pode emitir radiação que activa um veneno e que mata o gatinho instantaneamente?

Assim, antes de abrirmos a caixa, temos duas possibilidades: ou o átomo emitiu energia e o gato morreu, ou o átomo ainda não emitiu energia e o gato continua vivo.
Enquanto não abrirmos a caixa, tudo é possível: 50% de hipóteses do gato estar morto e 50% de hipóteses do gato estar vivo.
Como se o gato apenas ganhasse existência pela nossa observação.
Se nunca abrirmos a caixa, o gato pode permanecer vivo e morto para sempre.
Universos Paralelos dentro da caixa, que desfazemos com a nossa curiosidade.


Com um bocadinho de inspiração daqui.


 
22 de setembro de 2009




(ou a preocupação provocada pela falta delas...)

Estou preocupada. Direi, aliás, estou em pânico! PÂNICO!!!
Já passou mais de uma semana. Mais de 7 dias inteirinhos.
E eu??? Nada…
Nem uma história para contar.
Não aconteceu nada...
Um episódio, breve que fosse, que me fizesse sorrir, que me enervasse até à alma, que me comovesse (mesmo que em segredo…)
Estou em pânico...

Passou uma semana e eu não tenho uma história.
Não que a tenha procurado, de facto.
Mas até hoje, foram sempre as histórias que tropeçaram em mim!
E agora, como será?

Eu, uma contadora de histórias, como vou fazer sem as palavras a inundarem o meu cérebro?
Que é feito de uma contadora de histórias quando as histórias se acabam?
Estou em pânico...


O melhor é esperar. Pode ser que passe.
Pode ser que uma história tropece em mim numa esquina qualquer, ou a inspiração me encontre num balcão de café ou, talvez, as palavras se entrelacem num dos encontros que tenho comigo enquanto conduzo, pela noite, a ver a Lua nascer sobre a Serra de Montejunto.

Talvez. Afinal, talvez as palavras estejam apenas à espera do momento. Aquele. Aquele!
Em que, quase por magia, meia dúzia de palavras se transfomam numa história para contar.
Voltarei. Quando as palavras quiserem.
 
13 de setembro de 2009



























Agora que é também minha a tua rua,
Já não se cruzam os nossos caminhos…
Apenas os teus fantasmas se encontram, a cada passo, com as minhas memórias.
De vez em quando, sinto a alma a apertar devagarinho.
Talvez sejam saudades…

 
8 de setembro de 2009




Ontem à noite descolou-se um dos meus chinelos.
Pode pensar-se, à primeira vista (aliás, ao primeiro pensamento, que vocês ainda não viram nada), que este facto, de tão insignificante, não deveria sequer ser abordado neste estaminé internético.
Mas dá-se o caso de eu ter um completo horror a deitar as coisas para o lixo, mesmo as muito velhas, achando, no íntimo do meu ser, que um dia me poderão vir a dar muito jeito.


Como diria a minha mãe, farta de ter a casa cheia das minhas "utilidades", em caixas e caixinhas que se acumulam por todas as divisões, especialmente no sótão, pode ser que sirvam "para os trovões de Maio".*
Mas, ignorando os apelos da minha mãe, eu não consigo perder o hábito de colar e remendar tudo quando possa ser "consertável" e mantenho colecções de verdadeiras relíquias (como uns restos de cartolinas coloridas que sobraram de um trabalho que fiz no 9º ano, em Educação Visual e que ainda hoje encontrei, enquanto arrumava umas caixas, e que, claro, não deitei fora. Afinal, nunca se sabe para que poderão servir!).


No entanto, devo dizer, este meu lema tem-se comprovado verdadeiro ao longo da minha vida, e por várias vezes encontrei soluções nesta minha colecção de antiguidades.
Ora bem, para colar o referido chinelo resolvi utilizar uma cola que a minha mãe tinha comprado numa daquelas lojas chinesas e que, apesar de me parecer algo perigosa (falava lá em arrancar a pele das mãos!!!), também me pareceu bastante eficaz e eu, mulher de química, sem medo, decidi arriscar.
Quando pousei a cola sobre a mesa, eis que me deparo com a seguinte informação, de acordo com a figura anexa.

“Estes compromissos de cola descasca em segundos; impeda cada criança de estimação”.














E pronto, sem mais comentários da minha parte, vos deixo com esta brilhante tradução chinês-português.
Esta frase levanta-me tantas questões que vou ali até à cama reflectir sobre elas.





* Bell, e esta, consegues explicar-me? Não encontrei em lado nenhum...
 
3 de setembro de 2009




(ou a cultura musical portuguesa vista pelos checos)


















Praga é uma cidade cheia de máfias. Cheia de esquemas duvidosos que nos fazem acreditar que, a cada passo, nos vão tentar endrominar.
Uma das principais habilidades do povo residente é adivinhar a nossa nacionalidade (quase só através de um olhar) e tentar falar connosco meia dúzia de palavras na língua de Camões.
Confesso que foi o único país que conheci em que os nativos tentam arriscar o português mas penso que talvez isso aconteça porque, por um lado, para nós, o checo soa pior do que chinês e, por outro lado, o domínio do inglês por parte dos checos também deixa um bocadinho a desejar.
Podia contar-vos, por exemplo, a história de uma senhora funcionária que no Castelo de Praga tentou convencer uns italianos muito admirados com o facto de que o castelo estava aberto “From nine to sex” mas isso já seria outra conversa. Adiante.
Na véspera da partida, andávamos pela cidade a comprar os presentes para a família.
Ao entrarmos numa das muitas lojas no centro da cidade, após as tentativas do dono em comunicar connosco em italiano e espanhol, decidimos explicar que éramos de Portugal.
- Ah, Portugal! – disse ele.
E foi aí que começou um dos momentos mais hilariantes da minha vida.
- Portugal! Portugal! – ria o checo sem parar. – Ágata!
E depois, dançando pela loja, começou a cantar “Por isso sai, sai da minha vida…”.
Perante o meu ar de estranheza ele continuou, como se me tentasse convencer do fantástico número que teria ensaiado sabe Deus onde.
- Emanuel! Emanuel! “Nós Pimba, nós pimba”!
Eu já ria a bandeiras despregadas e ele continuou:
- Marco Paulo! “Eu tenho dois amores...”
E foi assim, enquanto eu já chorava de tanto rir, que um checo nos cantou cerca de 5 minutos em português, de um reportório mais pimba do que o de muitas festas de Verão que se fazem por aí.

E ainda reclamamos quando os estrangeiros não falam a nossa língua! Pois... bela tentativa!

 
1 de setembro de 2009




De cada uma das colocações tenho uma história. Às vezes várias!
Como se a colocação em si não fosse já motivo suficiente de emoção.

Fui apresentar-me hoje de manhã.
Confesso que até estranhei a tranquilidade do momento!
Quando cheguei a casa telefonaram-me.
Parece que vou começar a dar aulas amanhã. AMANHÃ!!!

Pronto. Vou dormir que, para hoje, já me chegam as surpresas...